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31-08-2009 10:52

 


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Questionário

Qual é o teu estilo musical preferido?

Introdução

24-03-2009 22:04

     O rock e a adolescência são fenómenos culturais que surgiram e caminharam juntos a partir da segunda metade do século 20. Os dois foram responsáveis por mudar a cara do mundo e colocar os jovens como protagonistas de vários movimentos artísticos e sociais. Graças a essa dupla, o mundo assistiu nas últimas décadas a manifestações históricas, como a marcha contra a guerra do Vietname, nas ruas de Washington (EUA), em 1969, e os concertos simultâneos do Live 8, em 2005, para combater a pobreza na África.

    Nesse caminho, o rock tornou-se o mais bem sucedido género da música popular. Não bastasse isso, estabeleceu-se como uma manifestação estética e comportamental para expressar a rebeldia, o erotismo e o inconformismo que caracterizam a juventude a partir do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O sucesso do rock mostrou também a capacidade da indústria cultural de transformar contestação em lucro. Mesmo com um passado subversivo, condenado por ser profano e com uma alma rebelde, o rock tornou-se um grande negócio para a indústria fonográfica, a cinematográfica e a da moda.

    No mercado musical, que movimenta anualmente em torno de 130 bilhões de dólares no mundo, de venda de músicas a shows ao vivo, os artistas do rock destacam-se. Entre os 50 álbuns mais vendidos no planeta entre 2001 e 2006, cerca de 40% eram de grupos ou artistas representantes de alguma das variações do rock, segundo dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI). No Reino Unido, região com o maior consumo per capta de CD do mundo, nove dos dez álbuns mais vendidos em 2006 eram de rock. Entre os artistas e grupos que mais facturaram no universo da música, segundo a revista Forbes, estão os veteranos roqueiros dos Rolling Stones, do U2 e dos The Police, entre outros.

    Esses resultados têm sido possíveis também graças à capacidade do rock de se reinventar. Desde a sua consolidação como género musical, ele tem gerado dezenas de subgéneros, desde o rock’n’roll clássico dos anos 50 até o indie rock alternativo do começo do século 21. Além disso, o rock tem uma dimensão na cultura popular contemporânea que extrapola o campo musical. Moda, cinema e literatura são algumas das áreas que têm sido influenciadas pela estética do rock.

    A moda roqueira já foi dos casacos de couro dos motoqueiros até ao clássico terninho dos Beatles, da bata hippie às roupas punk com tachinhas. O cinema tem produzido campeões de bilheteiras com o estilo roqueiro de ser, desde “Juventude Transviada” (“A Rebel Without a Cause”, dirigido por Nicholas Ray, 1955), com James Dean. A literatura feita por escritores como o britânico Nick Hornby, autor de “Alta Fidelidade”, não só reproduz o espírito do rock como também inclui uma trilha sonora roqueira nos livros.

    Diz a lenda que o mais popular e bem sucedido género da história da canção começou a ser forjado quando o bluesman Robert Johnson foi até uma encruzilhada perto de Memphis (EUA) encontrar-se com o Diabo, em algum momento dos anos 20 ou 30. Dali em diante começou a gestação de um tipo de canção feita por negros, caipiras, poetas marginais e músicos boémios que seria adoptada por boa parte dos adolescentes do mundo inteiro como a trilha sonora de suas vidas.

 

 

                                                  Capa de um dos mais importantes álbuns da história do rock

 

Como funciona o rock no corpo

Além de conquistar a mente dos adolescentes, o rock tem um impacto corporal que também ajuda a entender o seu sucesso. Segundo o professor Bruce Baugh, do Departamento de Filosofia da University College of Cariboo (Canadá), a performance, a altura e o ritmo são três elementos da sonoridade do rock que são responsáveis por produzirem sensações no corpo dos ouvintes que agradam, e muito, aos seus admiradores. A primeira evidência disso está no ritmo. A batida original do rock instiga o corpo a dançar. Nesse sentido, a performance do músico é essencial para que se tenha um rock com bom ritmo. Não basta saber tocar nas marcações correctas do tempo, é preciso ter a sensibilidade para saber fazer a batida ou no tempo ou um pouco à frente ou um pouco atrás. O fato de ser dançante não é o único que importa no impacto corporal do rock, até porque uma boa parte das canções do género não é para dançar. O impacto vem também a partir dos sentimentos expressos principalmente pela voz e pelas guitarras, que por conta das intensidades atingem directamente o corpo do ouvinte. Intensidade que está relacionada também com a altura com que a canção é tocada. O forte volume da música contribui para que o ouvinte sinta a canção a vibrar no corpo. Assim, performance, ritmo e altura são os elementos sonoros que fazem com que o rock conquiste os seus admiradores também fisicamente.

Fonte: www.hsw.uol.com.br